9 de dezembro de 2012

A dependência dos benzodiazepínicos

Os benzoadiazepínicos, popularmente chamados de "calmantes", têm estado entre os remédios mais comercializados nos últimos tempos em todo o mundo. Somente no Brasil, entre 2006 e 2011, segundo pesquisas recentes, o número de caixinhas do ansiolítico clonazepam vendidas saltou 36% - passou de 13,57 milhões para 18,45 milhões.

Introduzido pelo químico Leo Stembach, em 1955, o clordiazepóxido foi o primeiro
benzodiazepínico que apareceu no mercado, com o nome comercial de Librium.

Oito anos mais tarde, em 1963, o Diazepam (Valium) surgiu como a esperança dos pacientes ansiosos, sendo prescrito até os dias atuais, indiscriminadamente, por médicos que, muitas vezes, ignoram seus efeitos colaterais.

Os benzodiazepínicos podem ser ansiolíticos, sedativos, hipnóticos, relaxante muscular e anticonvulsivos. O Midazolam (Dormonid) e o Flurazepam (Dalmadorm), por exemplo, podem ajudar o indivíduo a dormir - por causar efeito hipnótico e sedativo - e são muito usados em procedimentos como endoscopia, retosigmóidoscopia, etc.

O clonazepam (Rivotril) tem sua aplicação em casos de convulsões, crises mioclônicas, ausências e sindrome do pânico. O Alprazolam (Frontal) e o próprio Diazepam são usados nos casos crônicos de ansiedade, e é aí que devemos ter muito cuidado, pois podem causar dependência grave e o paciente acaba precisando de doses cada vez mais altas para diminuir seus sintomas.

Os efeitos colaterais provocados pelo uso dos benzodiazepínicos podem aparecer logo no início, sendo alguns deles a falta de coordenação motora, sonolência, vertigem, diminuição da concentração e memória, confusão mental e pesadelos.

Com o tempo, pode aparecer também a diminuição da libido, a dificuldade em exteriorizar as emoções, perda da capacidade de pensar construtivamente, fobia social e depressão.

Em idosos, os benefícios são mínimos em relação aos riscos. Como já dissemos, a memória e a concentração ficam diminuídas e aparece a dificuldade da coordenação motora, acarretando risco de quedas. A longo prazo, o idoso ainda pode apresentar sintomas semelhantes à Doença de Alzheimer, confundindo o diagnóstico. A depressão também é comum e torna-se mais grave com risco de suicídio, se o paciente já tiver essa predisposição.

Os benzodiazepínicos causam dependência de difícil controle, por isso, devemos usá-los somente se não existirem outras alternativas. Porém, têm se observado resultados bastante satisfatórios com a utilização de outros tratamentos, como fitoterapia, homeopatia, técnicas de relaxamento e psicoterapia.

8 de dezembro de 2012

Doenças causadas por prions

 




Príons  são modificações de proteínas normais do corpo. Embora em sua forma normal essas proteínas sejam inofensivas, o acúmulo da forma modificada pode levar à morte de neurônios.
 

A maioria das doenças causadas por príons aparece na idade adulta. A faixa etária exata varia de acordo com o tempo de incubação de cada doença e sua causa.

Todas as doenças causadas por príons são muito raras. A doença de Creutzfeldt-Jakob esporádica, por exemplo, tem ocorrência estimada de cerca de 1 caso a cada 1 milhão de indivíduos.
O que muda no sistema nervoso?

Com a degeneração das células nervosas, o tecido cerebral adquire um aspecto esponjoso. Por isso, as doenças causadas por príons são conhecidas como encefalopatias espongiformes.
O que causa a doença?

Encefalopatias espongiformes têm origem genética (o próprio organismo passa a produzir proteínas modificadas) ou pelo contato com tecidos contaminados por príons. Uma vez no corpo, o príon induz proteínas normais a também se transformarem em príons, e a doença evolui à medida que o acúmulo de príons no sistema nervoso dá origem aos sintomas.
Sintomas

Os sintomas variam conforme a doença em questão. São elas:
Kuru

Teve sua origem em rituais canibalísticos. Os pacientes, principalmente mulheres e crianças, adoeciam ao entrarem em contato direto – por ingestão ou através de cortes e queimaduras – com tecido nervoso de cadáveres contaminados. Com a identificação da forma de contaminação, esses rituais foram abandonados e a doença foi erradicada.

Os primeiros sinais eram movimentos involuntários e tremores, dificuldade para falar e engolir. Posteriormente, havia instabilidade emocional com risadas incontroláveis, além de demência moderada. Nas fases mais adiantadas o doente ficava mudo, flácido e bastante debilitado.Tratava-se de uma doença progressiva e incurável, com até dois anos de evolução. Quanto mais jovem o doente, mais rápida era a sua evolução.
Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ)

A maioria dos casos é esporádica, mas de 5 a 15% têm origem hereditária. Uma pequena parcela pode ser atribuída ao contato com tecidos contaminados, em transplantes e instrumentos cirúrgicos.

Os primeiros sintomas são lentidão do pensamento, dificuldade de concentração, déficit de raciocínio e perda de memória. Os doentes podem ter também alterações emocionais e visuais, com alucinações. Há também contrações musculares bruscas e breves, chamadas de mioclonias. É uma doença incurável, mas medicamentos como a amantadina retardam sua evolução.
Nova Variante da Doença de Creutzfeldt-Jakob (NVDCJ)

Uma nova variante é atribuída à ingestão de carne de animais contaminados com a Doença da Vaca Louca. Sintomas psiquiátricos e alterações motoras são freqüentes. Há depósito de proteína amilóide no cérebro e no cerebelo. A doença aparece mais cedo, entre 20 e 30 anos de idade.
Síndrome de Gerstmann-Straussler-Scheinker (GSS)

É uma rara síndrome hereditária que atinge poucas famílias no mundo. Os pacientes, por volta da meia idade (35 a 55 anos), começam a desenvolver sintomas decorrentes da degeneração do cerebelo, como perda da coordenação motora e dificuldade para andar. Em alguns pacientes pode-se encontrar ainda surdez, cegueira, paralisia dos movimentos dos olhos e sintomas parkinsonianos (como rigidez muscular, lentidão dos movimentos e tremores). A demência é mínima ou ausente.

A GSS não tem cura e evolui lenta e progressivamente (2 a 10 anos), deixando o paciente bastante debilitado.
Insônia Familiar Fatal (IFF)

É uma doença hereditária que progride de forma rápida e surge principalmente na meia idade (50 a 60 anos) ou em fases mais avançadas da vida. É caracterizada inicialmente por uma dificuldade de adormecer, que evolui para uma insônia irremediável em poucos meses, à medida que o tálamo – estrutura intermediária no processamento dos sentidos e na alternância sono-vigília – é comprometido. Há também dificuldades para falar, tremores e alterações do sistema nervoso simpático (variações de pressão, transpiração excessiva, taquicardia inexplicável).

Aproximadamente 60 casos foram detectados no mundo desde 1986. É uma doença fatal, que leva o paciente à morte de 7 a 13 meses após o aparecimento dos sintomas.
O que parece, mas não é uma doença causada por príons?

O diagnóstico diferencial das doenças causadas por príons é amplo e envolve uma série de outras doenças hereditárias, infecciosas ou degenerativas do sistema nervoso, dentre as quais se destacam a Doença de Alzheimer, as encefalopatias metabólicas e algumas infecções crônicas (sífilis, HIV etc). Casos suspeitos devem ser encaminhados a especialistas, particularmente a neurologistas e psiquiatras.
O que muda na vida da pessoa doente?

O paciente, com a evolução da sua doença, perde a capacidade de cuidar de si próprio de forma independente e precisa cada vez mais de ajuda para alimentar-se, vestir-se, tomar banho etc.
Tratamento

Todas as doenças causadas por príons são, até o momento, incuráveis. O tratamento de suporte envolve medidas gerais com a utilização de remédios para o controle dos sintomas.

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25 de setembro de 2012

A CONSULTA MÉDICA HOMEOPÁTICA





A consulta homeopática é diferente da alopática, pois leva em consideração o indivíduo como um todo. O roteiro para tomada dos sintomas pode envolver perguntas estranhas principalmente para quem não pode perder tempo para uma autoavaliação.
Veja exemplos :
1.    Em relação ao horário, que parte do dia, tarde, noite os seus sintomas aparecem?
2.      As mudanças climáticas, sol, vento, chuva, umidade, golpes de ar, lugares quentes e fechados influenciam os sintomas?
3.      Existe relação de movimento ou repouso com os sintomas. Eles pioram ou melhoram ao exercitar-se, no início do movimento, após mover-se, subindo, descendo?
Em pé, sentado, deitado, deitado de lado, agachado pioram ou melhoram os sintomas?
Observe os estímulos externos. O tocar, apertar, a claridade, os barulhos, música, conversa, odores; etc.
4.    Em relação às refeições, antes, durante, e após. Alimentos frios, quentes, engolir sólidos, líquidos, em seco. Desejos, aversões, e intolerância aos alimentos ácidos, gorduras, sal, salgados, doces, açúcar, vegetais, leite, ovos, carne, queijos, cebolas, álcool, café, chá, drogas, etc.
 Em relação à sede, qual a quantidade, freqüência, temperatura dos líquidos para beber;
5.    Observe seu sono. Tem dificuldades para dormir? Qual o tipo de sono? E o estado de humor, antes, durante, ao acordar, posição para dormir de lado,de bruços,de costas.Os sonhos,quais foram os mais marcantes,os que mais se repetem,os pesadelos?
6.    Em relação à menstruação, quais sintomas aparecem antes, durante, e depois; aspecto, regularidade, duração, quantidade do fluxo, etc.
7.    Em relação à transpiração, quais os locais de transpiração, a temperatura quando transpira mais, a cor do suor, etc.
8.    Com relação a vida sexual relato das dificuldades,abstinência etc.
9.     Com relação às eliminações, evacuações, diurese, corrimentos. Observar freqüência, aspecto e dificuldades para eliminar.
10. Inseguranças, ansiedades, medos são muito importantes assim como alterações de temperamento, situações de stress que alteraram a vida,sensações estranhas,alterações de concentração e memória ,etc. Se bem nítidos,os sintomas mentais são do maior grau de importância na prescrição homeopática.
A mente é a mais alta forma de atividade celular e as alterações nela decorrentes são sempre individuais.
11. Não devemos esquecer os sintomas estranhos, raros e peculiares que HAHNEMAN falou.Exemplos desses sintomas seriam febre sem sede ,emagrecimento com apetite excessivo,calafrios com agravação pelo calor,etc.
12. A consulta é complementada com avaliação dos sintomas clínicos comuns a qualquer consulta alopática e só ai é feito o exame físico pelo médico assistente.                                         
                                                        

                                                           Dr.José Roberto Miglioli



                                                                                                             



































21 de agosto de 2012

Insônia e distúrbios do sono

Curar os insones como indivíduos e não a insônia como uma doença que atinge muitas pessoas é a proposta da homeopatia. Com medicações individualizadas e mudanças de hábitos, o método trata ainda pacientes com sonambulismo, apneia, narcolepsia e bruxismo, entre outros distúrbios do sono.

Do ponto de vista dos homeopatas, esses problemas são sintomas de um desequilíbrio. Por isso, após analisar o paciente de forma ampla e subjetiva, o médico determina uma série de ações para a sua cura. "Diferentemente da alopatia, a homeopatia não trata sintomas, mas sim, procura atuar na energia vital do individuo para restabelecer o equilíbrio energético", explica o homeopata José Roberto Miglioli
Dos dez pacientes que médico atende por semana, metade sofre de algum distúrbio do sono e, segundo ele, 80% são vítimas de ambientes impróprios, ou seja, quartos com muito barulho e luz ou colchão e travesseiro inadequados.

A primeira recomendação que Miglioli dá a seus pacientes é se preparar para dormir com, pelo menos, duas horas de antecedência. É aconselhável não ver televisão ou optar por programas tranquilos, além de evitar luzes e barulhos fortes.

A orientação mais importante, porém, é não levar preocupações para a cama. Para isso, cada pessoa deve descobrir uma maneira de relaxar e se distrair diariamente antes de tentar pegar no sono.
Baseado nos casos que trata, o homeopata diz que ansiedade, depressão e estresse estão os grandes responsáveis pelo desenvolvimento de distúrbios do sono. Na homeopatia, então, o desafio é encontrar as causas dos problemas emocionais para que a resolução deles ajude na melhora do quadro geral. Mas se engana quem pensa que essa é uma tarefa fácil. Os motivos pelos quais uma pessoa fica estressada podem ser tão sutis quanto os que criam medos, como de altura e de multidão.

Nesse quadro, as crianças também ganham espaço. Infelizmente, elas não são exceção no consultório médico. Segundo Miglioli, é comum as crianças apresentarem dificuldades em dormir, mesmo que aparentemente elas não enfrentem uma vida atribulada e difícil como um adulto. "As crianças tem também insônia, sono interrompido e pesadelos noturnos. Uma das causas é a ausência da presença de pais durante o dia. Por isso, à noite, acordam para conferir se os pais estão por perto. É um sintoma da sensação de abandono", afirma o homeopata.
Ele adverte que o estilo de vida, basicamente sedentário, impossibilita as crianças de gastarem energia como deveriam. "Em função disso, muitas são diagnosticadas como hiperativas, quando, na verdade, se tivessem espaço e fossem estimuladas a brincar e a exercitar seus corpos, não apresentariam esses problemas
 Miglioli ressalta que se preocupar com a qualidade do seu sono não é um luxo. A sua disposição e o seu rendimento no dia seguinte estão totalmente atrelados à capacidade de relaxar e deixar o corpo se autoajustar. "Não dormindo, a pessoa diminui a condição física e a imunidade, fica mais propenso a doenças contagiosas, a memória piora e ainda potencializa qualquer disfunção como os problemas cardíacos e de pressão", enfatiza.

Entrevista no Site Minha Vida  26/01/2012







22 de maio de 2012

Dr.Luc Montagnier descobridor do virus da AIDS e a Homeopatia

       
Artigo de Dana Ulmann e Tradução de Amarilys de Toledo Cesar

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Este texto foi publicado em inglês no The Huffington Post em 14 de maio de 2012.
Para ver o artigo em Inglês CLIQUE AQUI!




Dr. Luc Montagnier, o virologista francês que ganhou o Prêmio Nobel em 2008 por descobrir o vírus da Aids, surpreendeu a comunidade científica com o seu forte apoio à medicina homeopática.
Em uma entrevista notável publicado na revista Science de 24 de dezembro de 2010 (1), Professor Luc Montagnier, manifestou o seu apoio para a especialidade médica da medicina homeopática, muitas vezes criticada e incompreendida. Embora a homeopatia tenha persistido por 200 anos em todo o mundo e tem sido o principal método de tratamento alternativo utilizado por médicos na Europa (2), a maioria dos médicos convencionais e cientistas expressaram ceticismo sobre sua eficácia devido às doses extremamente pequenas dos medicamentos utilizados.
A maioria das pesquisas clínicas realizadas sobre os medicamentos homeopáticos publicada em revistas científicas têm mostrado resultados clínicos positivos (3, 4), especialmente no tratamento de alergias respiratórias (5, 6), gripe (7), fibromialgia (8, 9), artrite reumatóide (10), diarreia infantil (11), de recuperação pós-cirúrgica de cirurgia abdominal (12), deficit de atenção (13) e redução dos efeitos secundários do tratamento do câncer convencionais (14). Além de ensaios clínicos, várias centenas de estudos de pesquisa básica confirmaram a atividade biológica de medicamentos homeopáticos. Um tipo de estudos chamados de estudos in vitro, encontraram 67 experimentos (1/3 deles repetições), sendo que quase 3/4 de todas as repetições tiveram resultados positivos (15, 16).
Além da grande variedade de evidências provenientes da ciência básica e da pesquisa clínica, mais uma evidência para a homeopatia reside no fato de que a homeopatia ganhou popularidade na Europa e os EUA durante o século 19 devido aos impressionantes resultados com experiências no tratamento de epidemias que se alastraram durante esse tempo, incluindo a cólera, febre tifóide, febre amarela, escarlatina e gripe.

Montagnier, que também é fundador e presidente da Fundação Mundial para Pesquisa e Prevenção da AIDS, afirmou: "Eu não posso dizer que a homeopatia está certa em tudo. O que posso dizer agora é que as altas diluições (usadas em homeopatia) estão certas. Altas diluições de algo são diferente de nada. Eles são estruturas de água que imitam as moléculas originais."

Aqui, Montagnier está fazendo referência à sua pesquisa experimental que confirma uma das características controversas da medicina homeopática que utiliza doses de substâncias que são submetidas a diluição sequencial com agitação vigorosa entre cada diluição. Embora seja comum para cientistas modernos assumir que nenhuma das moléculas originais permanecem na solução, a investigação Montagnier (com outros de muitos dos seus colegas) verificou que os sinais electromagnéticos do medicamento original permanecem na água e tem dramáticos efeitos biológicos.

Montagnier acaba de assumir uma nova posição na Universidade Jiaotong, em Xangai, China (esta universidade é muitas vezes referida como "MIT da China"), onde vai trabalhar em um novo instituto que leva seu nome. Este trabalho enfoca um novo movimento científico na encruzilhada da física, biologia e medicina: o fenômeno das ondas eletromagnéticas produzidas pelo DNA em água. Ele e sua equipe vão estudar tanto a base teórica e as possíveis aplicações na medicina.

A nova pesquisa de Montagnier está investigando as ondas eletromagnéticas que, segundo ele, emanam do DNA altamente diluído de vários patógenos. Montagnier afirma: "O que descobrimos é que o DNA produz mudanças estruturais na água, que persistem em diluições muito altas, e que levam a sinais eletromagnéticos ressonantes que podemos medir. Nem todo DNA produz sinais que podemos detectar com o nosso dispositivo. Os sinais de alta intensidade são provenientes de DNA bacteriano e viral."
Montagnier afirma que estas novas observações irão conduzir a novos tratamentos para muitas doenças crônicas comuns, que incluem autismo, doença de Alzheimer, doença de Parkinson e esclerose múltipla.
Montagnier escreveu sobre suas descobertas em 2009 (17). Em seguida, em meados de 2010, ele falou em um encontro de prestígio, para colegas ganhadores do Prêmio Nobel, onde ele manifestou interesse sobre a homeopatia e as implicações deste sistema de medicina (18).

Leis de aposentadoria francesas não permitem que Montagnier, com 78 anos de idade, trabalhe em um instituto público, limitando assim o acesso ao financiamento da pesquisa. Montagnier admite que a obtenção de fundos de agências financiadoras de pesquisa farmacêutica e convencionais é improvável, devido ao clima de antagonismo com a homeopatia e as opções de tratamento natural.

Apoio de outro ganhador do Prêmio Nobel
A nova pesquisa de Montagnier evoca memórias de uma das histórias mais sensacionais da ciência francesa, muitas vezes referida como o "caso Benveniste”. Um imunologista altamente respeitado Dr. Jacques Benveniste, que morreu em 2004, conduziu um estudo que foi replicado em três outros laboratórios universitários e publicado na revista Nature
(19). Benveniste e outros pesquisadores usaram doses extremamente diluídas de substâncias que criaram um efeito sobre um tipo de glóbulo branco chamado basófilos.

Embora o trabalho de Benveniste foi supostamente desmascarado
(20), Montagnier considera Benveniste um "Galileu moderno" que estava muito à frente de seu tempo e que foi atacado por investigar um assunto médico e científico que a ortodoxia tinha erroneamente ignorado e até demonizado.

Além de Benveniste e Montagnier, é também a opinião de peso do doutor Brian Josephson, que, como Montagnier, é um cientista ganhador do Prêmio Nobel.

Respondendo a um artigo sobre homeopatia na revista New Scientist, Josephson escreveu:
“Quanto às suas observações sobre as alegações feitas pela homeopatia: críticas centradas em torno do número muito pequeno de moléculas de soluto presentes em uma solução, após ela ter sido repetidamente diluída, são irrelevantes, uma vez que os defensores dos medicamentos homeopáticos atribuem os seus efeitos, não a moléculas presentes na água, mas a alterações da estrutura da água.”
Uma análise simplista pode sugerir que a água, sendo um líquido, não pode ter uma estrutura do tipo que esse quadro exigiria. Mas casos como o de cristais líquidos, que enquanto fluem como um líquido comum, podem manter uma estrutura ordenada ao longo de distâncias macroscópicas, mostram as limitações de tais formas de pensar. Não apresentam, com o melhor de meu conhecimento, quaisquer refutação contra a homeopatia, que permanece válida após ter em conta este ponto em particular.

Um tópico relacionado é o fenômeno, reivindicado por Jacques Benveniste, por sua colega Yolène Thomas e por outros, como experimentalmente bem estabelecido, é conhecido como "memória da água". Se válido, esse seria de maior importância do que a homeopatia em si, e que atesta a visão limitada da comunidade científica moderna que, longe de apressar-se em testar essas alegações, tem como única resposta seu repúdio
(21).

Após seus comentários, Josephson, que é professor emérito da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, foi questionado pelos editores da New Scientist sobre os motivos por ter se tornado um defensor das idéias não convencionais. Ele respondeu:
“Eu fui a uma conferência onde o imunologista francês Jacques Benveniste estava falando pela primeira vez sobre sua descoberta de que a água tem uma "memória" de compostos que foram dissolvidos nela - o que poderia explicar como a homeopatia funciona. Suas descobertas provocaram forte reações irracionais de cientistas, e fiquei impressionado como ele foi tratado (22).
Josephson descreveu como muitos cientistas hoje sofrem de "descrença patológica", isto é, sobre eles é colocada uma atitude não científica, que é incorporada pela ideia de que "mesmo se fosse verdade, eu não acreditaria."

Ainda mais recentemente, Josephson ironicamente respondeu à ignorância crônica da homeopatia pelos céticos, dizendo:
"A idéia de que a água pode ter uma memória pode ser facilmente refutada por qualquer um, através de diversos argumentos facilmente compreensíveis e inválidos."

Na nova entrevista na revista Science, Montagnier também expressou preocupação real sobre a atmosfera não científica que atualmente existe em torno de certos assuntos não convencionais, como homeopatia.
"Disseram-me que algumas pessoas têm reproduzido os resultados de Benveniste, mas eles têm medo de publicá-los por causa do terror intelectual das pessoas que não os compreendem."

Montagnier concluiu a entrevista quando perguntado se ele está preocupado que ele está à deriva em pseudociência, ele respondeu sem hesitação: "Não, porque não é pseudociência. Não é charlatanismo. Estes são fenômenos reais que merecem um estudo mais aprofundado."

A desinformação que os céticos divulgam
É notável que muitos céticos da homeopatia dizem que não há "nenhuma pesquisa" que mostre que os medicamentos homeopáticos funcionem. Tais declarações são claramente falsas, e ainda, são comuns na Internet e mesmo em alguns artigos científicos. Basta um pouco de pesquisa para descobrir muitos estudos de alta qualidade que têm sido publicados em conceituadas revistas médicas e científicas, incluindo a Lancet, BMJ, Pediatrics, Pediatric Infectious Disease Journal, Chest e muitas outras. Embora algumas dessas mesmas revistas também publicaram pesquisas com resultados negativos para a homeopatia, há muito mais pesquisas que mostram um efeito positivo, ao invés de negativo.

Distorções e desinformação sobre a homeopatia são previsíveis porque este sistema de medicina proporciona uma ameaça viável e significativa para os interesses econômicos na medicina, e muito menos para a própria filosofia e visão de mundo da biomedicina. Portanto não surpreende que a British Medical Association, a Associação Médica Britânica teve a audácia para se referir à homeopatia como "bruxaria". É bastante previsível que quando se vai em caça às bruxas, inevitavelmente encontre-se "bruxas", especialmente quando existem certos benefícios para demonizar um concorrente potencial (a homeopatia desempenha um papel muito maior e mais competitivo na Europa do que nos EUA).

Os céticos da homeopatia também afirmam há muito tempo que os medicamentos homeopáticos têm "nada" neles porque eles são muito diluído. No entanto, nova pesquisa realizada no respeitado Indian Institute of Technology, o Instituto Indiano de Tecnologia, confirmou a presença de "nanopartículas" das matérias-primas, mesmo em diluições extremamente altas. Pesquisadores demonstraram pela Microscopia de Transmissão Eletrônica (TEM), difração de elétrons e análise química por Inductively Coupled Plasma-Atomic Emission Spectroscopy (ICP-AES) ou Espectroscopia de Emissão Atômica-Plasma Indutivamente Acoplado, a presença de entidades físicas nestas diluições extremas
(24). À luz desta pesquisa pode-se agora afirmar que qualquer pessoa que diz ou sugere que há "nada" em medicamentos homeopáticos, ou é desinformado ou simplesmente não está sendo honesto.

Uma vez que os pesquisadores receberam a confirmação da existência de nanopartículas em dois diferentes homeopáticos altas potências (30C e 200C), testando quatro medicamentos diferentes (Zincum metallicum/Zinco, Aurum metallicum/Ouro; Stannum metallicum/estanho; e Cuprum metallicum/cobre), puderam concluir que este estudo forneceu "evidências concretas".

Embora os céticos da homeopatia podem supor que doses homeopáticas são ainda muito pequenas para apresentarem qualquer ação biológica, tais suposições têm sido provadas como erradas. O campo multi-disciplinar dos efeitos de pequenas doses é chamado de "hormese", e cerca de 1.000 estudos de uma ampla variedade de especialidades científicas confirmaram efeitos biológicos significativos e por vezes substanciais de doses extremamente pequenas de certas substâncias em certos sistemas biológicos.

Uma edição especial da revista científica Human and Experimental Toxicology (Julho 2010), foi dedicado à interface entre hormese e homeopatia
(25). Os artigos desta edição verificaram o poder de doses homeopáticas de várias substâncias.

Em conclusão, deve notar-se que o ceticismo sobre qualquer assunto é importante para a evolução da ciência e na medicina. No entanto, como mencionado acima pelo Prêmio Nobel Brian Josephson, muitos cientistas têm uma "descrença patológica" em determinados assuntos e, finalmente, criam uma atitude não saudável e não científica que bloqueiam a verdade e a ciência reais. O ceticismo está no seu melhor papel quando seus defensores não tentam cortar pesquisas ou acabar com a conversa, mas sim explorar possíveis novas (ou velhas) formas de entender e verificar fenômenos estranhos, mas convincentes. Nós todos temos esse desafio quando exploramos e avaliamos os efeitos biológicos e clínicos dos medicamentos homeopáticos.

11 de março de 2012

Mais uma vez ''O FANTÁSTICO'' não mostra a Homeopatia e seus resultados



Relato do Dr.Roberto Mangiéri Jr.sobre a entrevista da Globo:

O médico veterinário Dr. Nilson Benites e eu (por intermédio dele) fizemos filmagens, como representantes veterinários da homeopatia, para o Fantástico.

Passamos uma tarde toda colhendo imagens e falando sobre a homeopatia, numa fazenda onde o proprietário nunca tinha ouvido falar desta ciência/arte....e hoje, 3 anos após o inicio de uma nova abordagem terapêutica, é um entusiasta - não porque acha que a homeopatia funciona ou tem uma bonita filosofia. - MAS SIM PORQUE TEM RESULTADOS.

Este cidadão é um alto executivo/administrador de empresas, dos mais competentes e se não fosse assim....às favas com a homeopatia.

Filmaram mas não mostraram:

- todas as vacas (exceto as recém paridas e prenhes)/
- animais sem parasitas - endo e ecto - que nunca viram um banho carrapaticida /
- que usamos vermífugos no início da implantação da terapêutica - e desde lá ...não usamos mais
(fazemos OPG - tipo de exame de fezes quantitativo - Ovos Por Grama de fezes, a cada 3 meses.....sempre na faixa da normalidade)/
- Gastos com medicação na planilha de custo - absolutamente insignificante/
- Facilidade de aplicação...Vocês tem noção do quão traumático é reunir, por exemplo, 1000 bois num curral para aplicar vermífugo? Fica muito barato se uns 4 ou 5 se machucarem gravemente...não é raro perder animais..um stress danado, três dias de diarréia por conta disto, perda de peso desidratação e por aí vai... quando se usa medicação homeopatica... é só pôr as "bolinhas" no cocho de sal e deixar que lambam......
Mas tudo isto não foi do interesse deles...





Roberto Mangiéri Jr.- Médico Veterinário Homeopata, mestrando da Faculdade de Veterinária da USP.





22 de fevereiro de 2012

Crack e Cocaína

O texto abaixo fornecido pelo CEBRID contém informações preciosas à profissionais de saúde pais e educadores leiam com muita atenção:

A cocaína é uma substância natural, extraída das folhas de uma planta encontrada exclusivamente na América do Sul, a Erythroxylon coca, conhecida como coca ou epadu, este último nome dado pelos índios brasileiros. A cocaína pode chegar até o consumidor sob a forma de um sal, o cloridrato de cocaína, o “pó”, “farinha”, “neve” ou “branquinha”, que é solúvel em água e serve para ser aspirado (“cafungado”) ou dissolvido em água para uso intravenoso (“pelos canos”, “baque”), ou sob a forma de base, o crack, que é pouco solúvel em água, mas que se volatiliza quando aquecida e, portanto, é fumada em “cachimbos”.

Também sob a forma base, a merla (mela, mel ou melado), um produto ainda sem refino e muito contaminado com as substâncias utilizadas na extração, é preparada de forma diferente do crack, mas também é fumada. Enquanto o crack ganhou popularidade em São Paulo, Brasília foi a cidade vítima da merla. De fato, pesquisas mostram que mais de 50% dos usuários de drogas da Capital Federal fazem uso de merla, e apenas 2% de crack.


Por apresentar aspecto de “pedra” no caso do crack e “pasta” no caso da merla, não podendo ser transformado em pó fino, tanto o crack como a merla não podem ser aspirados, como a cocaína pó (“farinha”), e por não serem solúveis em água também não podem ser injetados. 


Por outro lado, para passar do estado sólido ao de vapor quando aquecido, o crack necessita de uma temperatura relativamente baixa (95oC), o mesmo ocorrendo com a merla, ao passo que o “pó” necessita de 195oC; por esse motivo o crack e a merla podem ser fumados e o “pó” não. Há ainda a pasta de coca, que é um produto grosseiro, obtido das primeiras fases de extração de cocaína das folhas da planta quando estas são tratadas com álcali, solvente orgânico como querosene ou gasolina, e ácido sulfúrico. Essa pasta contém muitas impurezas tóxicas e é fumada em cigarros chamados “basukos”.


Antes de se conhecer e de se isolar cocaína da planta, a coca (planta) era muito usada sob forma de chá. Ainda hoje esse chá é bastante comum em certos países da América do Sul, como Peru e Bolívia, sendo em ambos permitido por lei, havendo até um órgão do Governo, o “Instituto Peruano da Coca”, que controla a qualidade das folhas vendidas no comércio. Esse chá é até servido aos hóspedes nos hotéis.


Acontece, porém, que, sob a forma de chá, pouca cocaína é extraída das folhas; além disso, ingerindo (toma-se pela boca) o tal chá, pouca cocaína é absorvida pelos intestinos e, ainda, por essa via ela imediatamente já começa a ser metabolizada. Através do sangue, chega ao fígado e boa parte é destruída antes de chegar ao cérebro. 


Em outras palavras, quando a planta é ingerida sob a forma de chá, muito pouca cocaína chega ao cérebro. Todo mundo comenta que vivemos hoje em dia uma epidemia de uso de cocaína, como se isso estivesse acontecendo pela primeira vez. Mesmo nos Estados Unidos, onde, sem dúvida, houve uma explosão de uso nesses últimos anos, já existiu fenômeno semelhante no passado. 


E no Brasil também, há cerca de 60 ou 70 anos utilizou-se aqui muita cocaína. Tanto que o jornal O Estado de S. Paulo publicava esta notícia em 1914: Há hoje em nossa cidade muitos filhos de família cujo grande prazer é tomar cocaína e deixar-se arrastar até aos declives mais perigosos deste vício.


Quando… atentam… é tarde de mais para o recuo. Tanto o crack como a merla também são cocaína; portanto, todos os efeitos provocados no cérebro pela cocaína também ocorrem com o crack e a merla. Porém, a via de uso dessas duas formas (via pulmonar, já que ambos são fumados) faz toda a diferença em relação ao “pó”. 


Assim que o crack e a merla são fumados, alcançam o pulmão, que é um órgão intensivamente vascularizado e com grande superfície, levando a uma absorção instantânea. Através do pulmão, cai quase imediatamente na circulação, chegando rapidamente ao cérebro. Com isso, pela via pulmonar, o crack e a merla “encurtam” o caminho para chegar ao cérebro, surgindo os efeitos da cocaína muito mais rápido do que por outras vias. 


Em 10 a 15 segundos, os primeiros efeitos já ocorrem, enquanto os efeitos após cheirar o “pó” surgem após 10 a 15 minutos, e após a injeção, em 3 a 5 minutos. Essa característica faz do crack uma droga “poderosa” do ponto de vista do usuário, já que o prazer acontece quase instantaneamente após uma “pipada” (fumada no cachimbo). 


Porém, a duração dos efeitos do crack é muito rápida. Em média, em torno de 5 minutos, enquanto após injetar ou cheirar, duram de 20 a 45 minutos. Essa certa duração dos efeitos faz com que o usuário volte a utilizar a droga com mais freqüência que as outras vias (praticamente de 5 em 5 minutos), levando-o à dependência muito mais rapidamente que os usuários da cocaína por outras vias (nasal, endovenosa) e a um investimento monetário muito maior. 


Logo após a “pipada”, o usuário tem uma sensação de grande prazer, intensa euforia e poder. É tão agradável que, logo após o desaparecimento desse efeito (e isso ocorre muito rapidamente, em 5 minutos), ele volta a usar a droga, fazendo isso inúmeras vezes, até acabar todo o estoque que possui ou o dinheiro para consegui-la. 


A essa compulsão para utilizar a droga repetidamente dá-se o nome popular de “fissura”, que é uma vontade incontrolável de sentir os efeitos de “prazer” que a droga provoca. A “fissura” no caso do crack e da merla é avassaladora, já que os efeitos da droga são muito rápidos e intensos.


Além desse “prazer” indescritível, que muitos comparam a um orgasmo, o crack e a merla provocam também um estado de excitação, hiperatividade, insônia, perda de sensação do cansaço, falta de apetite. Esse último efeito é muito característico do usuário de crack e merla. Em menos de um mês, ele perde muito peso (8 a 10kg) e em um tempo maior de uso ele perde todas as noções básicas de higiene, ficando com um aspecto deplorável. Por essas características, os usuários de crack (craqueros) ou de merla são facilmente identificados. 


Após o uso intenso e repetitivo, o usuário experimenta sensações muito desagradáveis, como cansaço e intensa depressão.


Efeitos tóxicos

A tendência do usuário é aumentar a dose da droga na tentativa de sentir efeitos mais intensos. Porém, essas quantidades maiores acabam por levar o usuário a comportamento violento, irritabilidade, tremores e atitudes bizarras devido ao aparecimento de paranóia (chamada entre eles de “nóia”).

Esse efeito provoca um grande medo nos craqueros, que passam a vigiar o local onde usam a droga e a ter uma grande desconfiança uns dos outros, o que acaba levando-os a situações extremas de agressividade. Eventualmente, podem ter alucinações e delírios. A esse conjunto de sintomas dá-se o nome de “psicose cocaínica”. 


Além dos sintomas descritos, o craquero e o usuário de merla perdem de forma muito marcante o interesse sexual.


Efeitos sobre outras partes do corpo

Os efeitos provocados pela cocaína ocorrem por todas as vias (aspirada, inalada, endovenosa). Assim, o crack e a merla podem produzir aumento das pupilas (midríase), que prejudica a visão; é a chamada “visão borrada”. Ainda pode provocar dor no peito, contrações musculares, convulsões e até coma. Mas é sobre o sistema cardiovascular que os efeitos são mais intensos.

A pressão arterial pode elevarse e o coração pode bater muito mais rapidamente (taquicardia). Em casos extremos, chega a produzir parada cardíaca por fibrilação ventricular. A morte também pode ocorrer devido à diminuição de atividade de centros cerebrais que controlam a respiração. 


O uso crônico da cocaína pode levar a degeneração irreversível dos músculos esqueléticos, conhecida como rabdomiólise.


Aspectos gerais

Como ocorre com as anfetaminas (cujos efeitos são em parte semelhantes aos da cocaína), as pessoas que abusam da cocaína relatam a necessidade de aumentar a dose para sentir os mesmos efeitos iniciais de prazer, ou seja, a cocaína induz tolerância. É como se o cérebro se “acomodasse” àquela quantidade de droga, necessitando de uma dose maior para produzir os mesmos efeitos prazerosos.

Porém, paralelamente a esse fenômeno, os usuários de cocaína também desenvolvem sensibilização, ou seja, para alguns efeitos produzidos pela cocaína, ocorre o inverso da tolerância, e com uma dose pequena os efeitos já surgem. Mas para a angústia do usuário os efeitos produzidos com pouca quantidade de droga são exatamente aqueles considerados desagradáveis, como, por exemplo, a paranóia. 


Dessa forma, com o passar do tempo, o usuário necessita aumentar cada vez mais a dose de cocaína para sentir os efeitos de prazer, porém seu cérebro está sensibilizado para os efeitos desagradáveis, ocorrendo como conseqüência do aumento da dose uma intensificação de efeitos indesejáveis, como paranóia, agressividade, desconfiança etc.


Não há descrição convincente de uma síndrome de abstinência quando a pessoa pára de usar cocaína abruptamente: não sente dores pelo corpo, cólicas, náuseas etc. Às vezes pode ocorrer de essa pessoa ficar tomada de grande “fissura”, desejar usar novamente a droga para sentir seus efeitos agradáveis e não para diminuir ou abolir o sofrimento que ocorreria se realmente houvesse uma síndrome de abstinência.


Usuários de drogas injetáveis e Aids

No Brasil, a cocaína é a substância mais utilizada pelos usuários de drogas injetáveis (UDIs). Muitas dessas pessoas compartilham agulhas e seringas e expõem-se ao contágio de várias doenças, entre estas hepatites, malária, dengue e Aids. Essa prática é, hoje em dia, um fator de risco para a transmissão do HIV. Porém, os UDIs têm optado por mudança de via, assim, hoje em São Paulo, muitos antigos UDIs utilizam o crack por considerarem mais seguro, já que por essa via não compartilham seringas e agulhas.

Entretanto, principalmente mulheres usuárias de crack, prostituem- se para obter a droga e geralmente o fazem sob efeito da “fissura”. Nesse estado, perdem a noção do perigo, não conseguem proceder a um sexo seguro, expondo- se a doenças sexualmente transmissíveis (DST) e, ainda, podendo transmitir o vírus a seus parceiros sexuais. Essa prática demonstra que o crack diante das DST/Aids não é tão seguro quanto se suponha inicialmente.


Segundo dados do “Projeto Brasil”, estudo epidemiológico realizado entre 1995 e 1996 com 701 UDIs, envolvendo vários centros do País, e coordenado pelo Instituto de Estudos e Pesquisas em Aids de Santos (Iepas), as taxas de revalência de infecção pelo HIV entre usuários de drogas injetáveis chegavam a 71% em Itajaí, 64% em Santos e 51% em Salvador. 


No âmbito nacional, 21,3% dos casos de Aids registrados até maio de 1997 referiam- se à categoria de usuário de drogas injetáveis. As campanhas do Ministério da Saúde, por meio da Coordenação Nacional de DST/Aids, têm reduzido muito o número de infectados por essa via. Porém, iniciam-se agora campanhas que venham coibir a transmissão de DST/Aids por crack.


Fonte: CEBRID – Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas.






 





















17 de janeiro de 2012

Artigo do Dr.Matheus pesquizador e médico Homeopata

PORQUE A HOMEOPATIA INCOMODA - Dr. Matheus Marim 

 Publicação de ''O Correio Popular''-1997

Escolhemos o título acima, porque como praticantes de uma atitude médico-filosófica que vê o ser humano como uma unidade e integrado ao todo, jamais conseguimos nos furtar ao diagnóstico sistêmico. É hábito do homeopata o diagnóstico em sua totalidade, das partes integradas ao todo, buscando o porquê em tudo, até em um simples artigo de um simples jornal de uma simples cidade que integra o nosso pequeno planeta, diga ele respeito ou não à homeopatia.

Inicialmente a homeopatia começou incomodando as religiões, pois quando Hahnemann experimentou substâncias em humanos, observou o aparecimento de sintomas físicos e psíquicos, estes últimos eram tidos até então como instâncias da alma e portanto propriedade dos religiosos. Além de destruir o tácito acordo entre medicina e religião, onde médicos cuidavam dos males do corpo e os religiosos dos males da alma, resgatou também a unidade que é o ser. Foi a primeira prova testemunhal na medicina ocidental da comprovação dessa unidade. Percebemos aí que com apenas um experimento ele virou de pernas para o ar a ciência e a religião da sua época. Experimentou em humanos e acessou a alma, resgatou a unidade.

Mas a homeopatia incomoda principalmente ao capital. Calcula-se que o PIB mundial esteja em torno de US$ 25 trilhões, dos quais US$ 8 trilhões em mãos de 200 mega empresas, sobrando os restantes US$ 17 trilhões para o "resto" do mundo (empresas e nações, inclusive USA). Neste bolo de US$ 25 trilhões, a indústria farmacêutica é a que abocanha o maior percentual, constituindo-se assim em um dos importantes pilares do capital e da globalização que hora se pretende. Remédios para todos.

Para manter o "status-quo", o capital tem na mídia o seu principal arauto e de-formador de opinião (considero-a a maior e melhor quadrilha organizada do planeta), veiculando ela todos os seus interesses, defendendo, omitindo, informando parcialmente e deformando sempre que necessário. Considero uma ingenuidade encarar como acidental qualquer artigo sobre qualquer assunto que incomode o capital. Sempre há uma intencionalidade por detrás deles: a destruição por detrás de uma falsa polêmica e sempre com poucos argumentos de defesa, pois o acesso à mídia é convenientemente negado, a última palavra sempre é a do capital.

Diretamente interessada na área da "saúde", a indústria farmacêutica com seus trilhões, "ampara" as instituições de pesquisa, os hospitais, os pesquisadores etc. desde que estes rezem exatamente de acordo à sua cartilha. As amostras-grátis, os coquetéis, as viagens, os financiamentos à pesquisa, suporte às universidades, só têm uma intenção, vender mais remédios, e sabemos que remédios nem sempre significam saúde. Qualquer movimento que ouse questionar é sutilmente atraído e se morder a isca... destruído. Não podemos esquecer que o relatório Flexner foi sutilmente encomendado por Rockfeller II.

A homeopatia incomoda muito mais às ciências médicas, uma vez que estas se constituem no principal objeto e escudo de defesa da indústria farmacêutica. A medicina convencional atual está centrada no diagnóstico das doenças de um doente, remédios para doenças, quanto mais doenças mais remédios. O paradigma homeopático é outro, é a medicina do doente com suas doenças, é a medicina da resubjetivação do sujeito onde as doenças apreendidas nas suas origens psíquicas mais profundas, somente se atenuarão e/ou desaparecerão à medida que o doente for se curando como um ser integral que é. Tratar doenças com remédios homeopáticos não faz sentido, o resultado será sempre igual ao emprego do placebo como estamos cansados de ver em inúmeros trabalhos que teimosamente tentaram provar a eficácia da homeopatia fora da sua episteme.

Daí a dificuldade em o cientificismo atual avaliar a homeopatia e daí também a recusa da homeopatia em aceitar as reducionistas avaliações da atual metodologia da pesquisa em humanos.

Atualmente os critérios de regularidade e repetição minuciosamente analisados são utilizados como parâmetros do científico. Regularidade e repetição são observadas nas experimentações homeopáticas. As substâncias homeopáticas são experimentadas em humanos sadios e não em animais. Uma mesma substância experimentada em várias pessoas de diferentes regiões e países, em estudos duplo-cegos, embora diluídas até 50 mil vezes produzem nesses experimentadores sintomas que se repetem com regularidade e repetição, isso é o que constitui a nossa matéria médica.

Esses mesmos medicamentos quando prescritos às pessoas doentes só os ajudam quando houver similaridade com a Unidade que é o doente. Regularidade e repetição na pesquisa. Regularidade e repetição na Clínica da Similitude com o doente. Por outro lado, na pesquisa clínica, não aceitamos os duplo-cegos e triplo-cegos que se concentrem em apenas uma doença de uma pessoa que é um Universo. Consideramos esses estudos totalmente cegos. A cegueira consiste no reducionismo de olhar apenas uma úlcera, uma bronquite asmática, uma insônia, uma artrite reumatóide, deixando de lado o ulceroso, o asmático, o insone, o artrítico que está por detrás disso. Esse reducionismo é imposto à ciência como uma forma de afastá-la da Unidade que é o ser.

Qual a vantagem em se fechar uma úlcera sem resolver a dinâmica profunda que a provocou? Teremos para o futuro um ex-ulceroso portador de patologias mais sérias uma vez que a sua problemática profunda como sujeito não foi resolvida. Nos recusamos a participar de estudos que não encarem o sistema aberto que é o ser. Por que a medicina convencional não ousa enfrentar os sistemas abertos ao invés de trabalhar com modelos reducionistas? Simplesmente porque todo o edifício ruirá.

Não é à toa que bilhões estejam disponíveis para que se pesquise apenas aquilo que não saia fora do reducionismo. Calcula-se que 95% dos trabalhos publicados na área das ciências médicas são total ou parcialmente patrocinados pelos laboratórios farmacêuticos e as revistas que os veiculam cobrem seus custos com os anúncios dos mesmos.

A homeopatia incomoda um pouco menos à física, pois os físicos são muito hábeis em cambalhotas, vivem colocando o mundo de pernas para o ar. Sabem que o medicamento homeopático veicula uma informação mas que ainda não dispõem de um eficiente instrumental para sua avaliação. Atualmente a Ressonância Nuclear Magnética, após dez longos anos de experiências, começa a mostrar os primeiros resultados confiáveis.

Não compete pois aos homeopatas comprovar a natureza de seus medicamentos nem sua maneira de atuação, fá-lo-ão a física, a bio-física, a físico-química, uma vez que estamos trabalhando com grandezas de ordem freqüencial. O medicamento homeopático veicula uma informação e não é nossa culpa se o instrumental da física ainda não conseguiu demonstrá-lo. Não seremos nós que o faremos. Não há nada de mágico nas diluições homeopáticas, apenas uma informação.

Recentes experiências em unidades de pesquisa norte-americanas têm demonstrado que motores têm sua vida útil prolongada quando lavados com água dinamizada a partir das substâncias e gases que os danificam. A medicina não mudará por nossa causa, mas apenas quando os físicos anunciarem que existe uma outra maneira de acessar os seres vivos, o freqüencial. Medicina de pernas para o ar. Quanto ao fato de Benveniste conseguir enviar sinais homeopáticos via computador, nisso eu acredito e é aí que está o futuro.

A medicação homeopática veicula uma informação que é de ordem freqüencial, nada mais simples que com o evoluir da tecnologia essa informação seja lida e armazenada em um disco rígido e posteriormente enviada. Benveniste trabalha com tecnologia de ponta jamais sonhada por estas plagas em algo que parecia impossível há cinco anos. Hoje ele já consegue os primeiros resultados. A medicina do futuro será fundamentalmente freqüencial e a homeopatia é a sua precursora. Bill Gates ganhará, indústria farmacêutica perderá. Homeopatia é o futuro agora. Medicina de pernas para o ar.

Quanto à afirmação de que "a homeopatia se baseia em princípio totalmente científicos e inexplicados de ação medicamentosa que colocam a lógica de ''pés para o ar" podemos esperar que realmente isso acontecerá, aliás, isso sempre aconteceu em ciência. Copérnico colocou os nossos antepassados de pernas para o ar, o mesmo o fizeram Kepler, Newton, Faraday, Maxwell, Planck, Boltzmann, Michelson-Morley, Einstein e Hahnemann também.

O fato de ser portadora de uma prática onde alguns de seus passos não estão totalmente explicitados apenas coloca a Homeopatia como uma grande interrogação a ser resolvida e não a ser denegrida. O mesmo aconteceu com a mecânica quântica em relação à mecânica newtoniana. A homeopatia nada tem de anticientífico, ela é apenas a ciência do todo, da unidade do ser. A verdade não está apenas naquilo que entendemos ou pensamos que conhecemos, ela sempre vem "à posteriori".

Como homens de ciência devemos sempre estar prontos a acordar de pernas para o ar.
                                                                                                                              Matheus Marim